De alegria, de emoção, de dor e evasão.
Um lavar de alma, uma descompressão.
Um rio de sódio a sulcar o altar da tua boca
Em lacrimosos círios de amor.
Uma gota de chuva pendurada no beiral da ansiedade
Qual mar de infinitos sulcando a distância
Nas ondas do mar naufragado.
Uma saudade às pedras lavadas, da rua da infância.
Uma lágrima!!!
Num abraço afagado, num beijo molhado,
Pedaço de nuvem voando no espaço intemporal,
Uma flor pousada em teus lábios espargindo perfume,
Uma rosa a florir do teu seio o ciúme.
Uma barca vogando no azul com estrelas dentro
Enchendo de lágrimas o mar.
Um som, um cântico, um poema,
Uma mão acesa na luz do luar
Da tua lágrima para o meu olhar.
Geladas algumas. Frívolas outras. Quente e rubras, tantas!
Toda a dor as solta ao vento,
Todas trazem um lamento, ninguém as quer apanhar.
Sobem e voam! Dispersam-se nos espaços siderais
Ao encontro do sol. Ele as queima e as bebe em ecos de ais.
São mães da dor, filhas do amor…
Depois, em grinaldas de esplendor as estrelas se apagam
Numa explosão de sal e sombra.
As lágrimas!!! Bebe-as. Não as seques.
Elas precisam correr na tua boca.
Póvoa 7/07/09
Donzília Martins
Postado por Liliana Josué